Ana Carolina Felipe Souza
Claudia C. Novo Gonzales
Daniela Melo da Silva
Judeneide Santos Araújo
Marlene Santana de Brito
Sandra Xavier Silva
Introdução
A
prática da ética é extremamente importante no desenvolvimento profissional de
qualquer indivíduo. Na atualidade observa-se que os princípios morais que dão
suporte a uma postura ética estão em transformação. Assim sendo, temos uma certa deficiência
nesse quesito, sendo necessário um trabalho de aprendizagem para esta questão.
Para
Reis
(2010), a profissão do Psicólogo está sustentada no seu Código
de Ética Profissional, mas é necessário que a ética juntamente com a moral estejam
além das páginas do Código.
Segundo
Pantaleão
e Baia (2012), pensar na formação do psicólogo clínico é
bastante complexo pela diversidade teórica da Psicologia. Será possível pensar
em habilidades e competências do psicoterapeuta, considerando que existem diferentes
perspectivas teóricas e métodos que caracterizam a psicologia desde
seu início? Sim, mesmo considerando que
as diferentes abordagens terapêuticas têm conceitos diferentes sobre as
características de um bom psicoterapeuta, variando assim a concepção de
formação e de psicoterapia de acordo com cada abordagem.
Fonte: http://www.psychologyknowledge.com/images/hands.jpg
Mas
a formação de um profissional da psicologia não envolve apenas o aprendizado de
técnicas e o modo de como se faz um rapport. Deve estar fundamentada também numa atitude ética:
ethos, no sentido etimológico significa designar posturas existências e
concepções de mundo capazes de dar acolhimento, assento ou morada à alteridade.
Para Figueiredo 2004 apud
Pantaleão e Baia 2012, a clínica é o espaço da escuta do excluído, do
interditado. “A clínica define-se, portanto, por um “ethos”, em outras
palavras, o que define a clínica psicológica é a sua ética: ela está
comprometida com a escuta do interditado e com a sustentação das tensões e dos
conflitos.”. Será que isso tem sido uma realidade?
No que diz respeito à clínica a ética é uma
posição de morada, postura fundamental, modo de escutar e falar ao outro e do
outro na sua alteridade, compreendida como abertura e respeito ao outro. A clínica é um desafio e, portanto, um espaço de aprendizagem e
troca, que realça o encontro intersubjetivo no setting. A dimensão do cuidar é proporcional
a ética clínica que o psicólogo deve ter, desenvolvendo a empatia na relação
entre paciente e psicoterapeuta. No que concerne ao psicólogo clínico, este
também deve fazer uso do cuidado, pois um dos princípios da ética do cuidado é
a saúde do psicoterapeuta, pois, para cuidar do outro, é preciso que o
psicoterapeuta disponha do cuidado de si.
COMO O PSICÓLOGO DEVE SE POSICIONAR FRENTE
A CONFIABILIDADE DOS SEGREDOS
Tudo que o paciente relata na clínica ao
terapeuta deve ser estritamente confidencial, devendo ser estabelecida uma
relação de confiança e de receptividade entre terapeuta e paciente. Não deve
relatar nem mesmo como exemplos a história de outros pacientes e a sua. Segundo
o Código de Ética
profissional do Psicólogo (2014) no Artigo 6º - o psicólogo, no
relacionamento com profissionais não psicólogos:
a) encaminhará a
profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem
seu campo de atuação;
b) compartilhará somente informações relevantes para
qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das
comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar
o sigilo.
E no Art. 9º - é dever do psicólogo
respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da
confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que
tenha acesso no exercício profissional.
JULGAMENTO
O julgamento parte de uma crença que é
sustentada em um pensamento negativo e promissor diante de determinadas
situações que levam o indivíduo a estabelecer um raciocínio sustentado em
aprendizagens que foram se estruturando ao longo de sua vida.
Na clínica acontece o encontro entre o terapeuta e o paciente e o papel do terapeuta é acolhê-lo na sua dor e no seu sofrimento despido de qualquer preconceito ou julgamento. Deve utilizar os instrumentos que possui para ajudar o indivíduo a encontrar alívio para os seus sofrimentos.
Na clínica acontece o encontro entre o terapeuta e o paciente e o papel do terapeuta é acolhê-lo na sua dor e no seu sofrimento despido de qualquer preconceito ou julgamento. Deve utilizar os instrumentos que possui para ajudar o indivíduo a encontrar alívio para os seus sofrimentos.
A relação terapêutica é, portanto, uma
relação de ajuda, compreensão e apoio na qual o psicólogo não realiza
julgamentos, ou juízos de valor. Pelo contrário, leva a pessoa a uma abertura
de seu campo de visão, para que possa perceber a sua vida sob novas perspectivas,
analisar e entender melhor as suas características, potencialidades e limites,
utilizando o conhecimento adquirido em benefício de seu crescimento pessoal. Um
dos pilares fundamentais de toda psicoterapia é nem julgar nem criticar, mas
aceitar o paciente. Contudo, nem todos os terapeutas sabem dominar seus
sentimentos e o expressas através de palavras ou pequenos gestos que denotam
que não compartilham determinado ponto de vista.
COMPROMISSO EM RELAÇÃO AO TRABALHO
Segundo Nascimento 2013, no setting terapêutico
devem ser observadas as questões objetivas, como o espaço, a iluminação, o
conforto, o compromisso com o horário, conhecimento da agenda e nome do próximo
cliente. E também questões subjetivas como a preparação pessoal e técnico, em condições de fazer o acolhimento caloroso
do seu paciente.
Dessa forma, o psicólogo está a serviço do
outro, tem o compromisso social da escuta e do entendimento de seu meio. Cabe
ao profissional acolher, dar morada, compreendendo a alteridade e
processualidade do sujeito. A ética tem a ver com a relação com o outro e se relaciona
com a construção do indivíduo.
REFERÊNCIAS
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código
de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília: CFP, 2014. Disponível em:
< http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/Co%CC%81digo-de-%C3%89tica.pdf
>. Acesso em: 25 Abr. 2015.
NASCIMENTO, L. C. S.; VALE, K. S. Reflexões Acerca do Fazer Ético na Clínica Gestáltica: um Estudo Exploratório. Revista da Abordagem Gestáltica, vol.19 nº.2. Goiânia, p. 157-166, 2013.
O Que Tem Para Hoje. Terapia: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=s5c2AmX2V7g>. Acesso em: 09 mai. 2015.
PANTALEÃO, Ana Paula Florêncio; BAIA, Angela Fernandes. In: Psicologado.com. Disponível em: <https://psicologado.com/atuacao/psicologia-clinica/a-atuacao-do-psicologo-clinico-etica-e-tecnica-em-discussao>. Acesso em 30 de abr. 2015.
REIS, D. K.; RODRIGUES, A. S., MELO, C. S. A Práxis do Psicólogo face ao Código de Ética Profissional. Revista Científica Eletrônica de Psicologia, Ano VIII – Número 14. Graça. 2010.
O Que Tem Para Hoje. Terapia: Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=s5c2AmX2V7g>. Acesso em: 09 mai. 2015.
PANTALEÃO, Ana Paula Florêncio; BAIA, Angela Fernandes. In: Psicologado.com. Disponível em: <https://psicologado.com/atuacao/psicologia-clinica/a-atuacao-do-psicologo-clinico-etica-e-tecnica-em-discussao>. Acesso em 30 de abr. 2015.
REIS, D. K.; RODRIGUES, A. S., MELO, C. S. A Práxis do Psicólogo face ao Código de Ética Profissional. Revista Científica Eletrônica de Psicologia, Ano VIII – Número 14. Graça. 2010.
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