quinta-feira, 12 de junho de 2014

A ÉTICA DO PSICOLOGO JURÍDICO NO CONTEXTO DE ALIENAÇÃO PARENTAL E ACUSAÇÃO DE ABUSO SEXUAL.





           Para tratar sobre “A Ética do cuidar” abordaremos sobre a Ética do psicólogo jurídico em alienação parental com a acusação sexual. A psicóloga clínica e jurídica Denise Maria Perissini da Silva, no artigo “A ética do psicólogo jurídico em acusações de abuso sexual”, aborda amplamente a síndrome de alienação parental e a atuação ética do psicólogo jurídico frente às acusações.
Dentro do contexto da síndrome de alienação parental (SAP), processo comportamental construído a partir da transformação psíquica de uma criança, realizado por um dos pais, em relação ao outro, com o objetivo de romper a ligação afetiva entre a criança, o pai e sua respectiva família. Uma forma de manifestação da SAP é a acusação de abuso sexual que, infelizmente, acontece com frequência, sendo, geralmente, uma acusação falsa, por refletir os interesses do genitor alienante e não os sentimentos da criança que, por sua vez, utiliza cenários emprestados ou situações descritas que nunca foram efetivamente vivenciados, uma vez que a “mãe” constrói na cabeça da criança uma acusação de abuso sexual por parte do “pai”, como uma forma de destruir o vinculo afetivo entre os dois. Vale ressaltar que o genitor alienante se serve de todos os meios, mesmo os ilícitos e inescrupulosos, para atingir seu objetivo. É indispensável para o psicólogo jurídico compreender a síndrome de alienação parental em todas as suas dimensões, seus efeitos, suas origens e a melhor forma de combatê-la, para que assim possa intervir o mais rápido possível e as consequências não sejam irreversíveis.
É fundamental “separar o joio do trigo”, ou seja, analisar a autenticidade e a veracidade das informações obtidas, considerando que há a hipótese de serem infundadas.
Cabe à ética do psicólogo jurídico, em caso de abuso sexual, ter cuidado com as entrevistas que vão ser conduzidas com a criança, pois elas devem ser particulares e as perguntas elaboradas com muita cautela para não influenciar as respostas. Os limites da criança devem ser sempre respeitados, não cabendo, portanto, ao profissional tentar descobrir “coisas”, mas sim possibilitar o acolhimento para proporcionar a aproximação; esse comportamento facilitador fará com que a criança fale de seus problemas. O psicólogo deve estar atento ao discurso, tanto verbal como não verbal, às expressões faciais e demonstrações de sentimento, dentre outros, sendo cauteloso com os desenhos, testes, brincadeiras e jogos a serem desenvolvidos pela criança. É de extrema importância a análise do contexto familiar.
A ética nas relações envolve averiguar as configurações familiares por meio de laudos e perícias psicológicas com o objetivo de abordar também os aspectos emocionais e não só jurídicos, bem como preservar os vínculos e não acirrar conflitos. O psicólogo jurídico, mesmo na posição de perito, é inviável a afirmação da transgressão. Inadmissível é a possibilidade do psicólogo perito, durante a realização da avaliação de uma família em contexto judicial, de emitir opiniões e conclusões que se assemelhem com sentenças ou julgamentos, pois além de assumir uma função judicante, são posicionamentos cheios de juízos de valor que se afastam da Psicologia enquanto ciência e profissão. Para garantir o maior interesse da criança é necessário haver integração entre o Direito e a Psicologia.
Na síndrome de alienação parental com acusações de abusos sexuais onde há relatos falsos e verdadeiros, é importante saber distingui-los. Dessa maneira, efetivamente, a criança poderá ser ajudada no seu comportamento adotado, assim como a família que utiliza as falsas informações em beneficio próprio, já que é inegável a presença dos pais na vida da criança, pois eles são fundamentais para o seu desenvolvimento psíquico. Não cabe à ética da psicologia jurídica a pendência para nenhuma das partes, e também ela não segue uma lógica entre o certo e o errado, e sim a relativização dos conceitos para que as pessoas tomem consciência de seus sentimentos, pensamentos e ações. Vale lembrar que os profissionais devem atentar à ética profissional, para não colocar em risco sua carreira e sua reputação. 


            A partir do artigo de Denise Maria Perissini da Silva criamos um vídeo baseado em um caso de alienação parental e acusação de abuso sexual, com o objetivo de demonstrar qual seria atuação ética do profissional da psicologia jurídica nesse contexto.




Autores: Elisa Chagas de Melo, Karine Ferreira Santos Mendonça, Maria Eduarda Silva Borges, Nágela de Sousa Machado, Tatiane dos Santos Cunha.

Referência Bibliográfica:




A Contribuição da Psicologia Social nas Relações Éticas


Refletindo sobre a psicologia social e sua aplicação, percebemos que somos treinados e capacitados a exercer a profissão respeitando seus principais fundamentos, mas somos pouco atentos à necessidade de pensar a construção de uma “Ética Profissional”; de refletir de onde ela vem, como é construída e de que maneira devemos pensá-la para que sua prática seja um instrumento norteador do trabalho da psicologia em todas as suas competências.

A psicologia social é o estudo científico de manifestações comportamentais de caráter situacional suscitadas pela interação de uma pessoa com outras pessoas, ou pela mera expectativa de tal interação, bem como dos processos cognitivos e afetivos decorrentes do processo de interação social (AROLDO RODRIGUES, 2012).

O código de ética que regulamenta o exercício da profissão da psicologia nos apresenta sete princípios fundamentais da atuação do psicólogo. Vamos destacar aqui quatro deles que irão influenciar diretamente nas áreas de atuação da psicologia social:

I - O Psicólogo baseará o seu trabalho no respeito à dignidade e à integridade do ser humano;
II - O Psicólogo trabalhará visando a promover o bem-estar do indivíduo e da comunidade, bem como a descoberta de métodos e práticas que possibilitem a consecução desse objetivo;
IV - A atuação profissional do Psicólogo compreenderá uma análise crítica da realidade política e social;
VI - O Psicólogo colaborará na criação de condições que visem a eliminar a opressão e a marginalização do ser humano; ( RESOLUÇÃO CFP Nº 010/05) .

A psicologia social traz a discussão dos dilemas humanos pra um campo onde entender as relações não depende somente de entender as relações dos sujeitos entre si e seus grupos, necessita de uma análise maior, de entender como funciona a sociedade desses sujeitos e de tudo que influencia suas vidas. A psicologia social nos chama a todo tempo para um cuidado com o outro, para a análise de nossos julgamentos, de nossas crenças, de nossos moralismos e como isso afeta essas relações e principalmente a maneira como nos dispomos, por exemplo como estagiários a cuidar desse outro.

A ética é necessária não somente como algo que defini como deveremos nos comportar, de que regras devemos seguir; necessitamos sim dessas condutas, de normas, porém devemos nos atentar a não somente cumprir um dever de casa onde treinamos o que deve ser feito, devemos ter consciência de que tarefa é essa que nos foi dada, devemos indagar, questionar, conhecer e ter domínio de tudo que perpassa por nossa prática.

Se nossa pretensão é dar autonomia, liberdade, buscando conscientizar o outro de suas potencialidades, da possibilidade de novas formas de pensar é necessário também essa construção em nós mesmos, essa é uma atitude que acreditamos que todos devem desempenhar em um processo de formação de novos psicólogos. 

Nossa intenção é a de trazer a reflexão sobre qualquer tema que influencie de alguma maneira nossa profissão e desperte em nós a vontade de nos mantermos mais humanos. Temos aqui não um vídeo que irá clarear nossas ideias sobre nossa prática, nem sobre como vemos a psicologia social, muito menos uma maneira simples de como nos tornamos éticos; ilustraremos aqui apenas uma atitude, uma reação inesperada de alguém que ocupa um lugar onde poderia manter atitudes de padrões aceitáveis pela sua sociedade, mas que causava sofrimento ao outro, e por isso se vê na obrigação de considerar que sua consciência e sua maneira de ver o mundo não permitem que ele mantenha as relações existentes da maneira como estavam propostas e vividas; alguém que atende às suas emoções, aos seus pensamentos, à sua reflexão e usa do poder que lhe foi instituído para expressar o que acreditava ser o melhor a ser feito naquele momento. Este alguém é o personagem vivido no filme “O Grande Ditador, de Charles Chaplin”.




Referências Bibliográficas:

ASSMAR, E. M, L. JABLONSKI, B. ROGRIGUES, A. Psicologia Social. 29 ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP Nº 010/05. Ed. Brasília Rádio Center, Brasília, p. 1 – 18, 21 de julho de 2005.

CHAPIN, CHARLES. O Grande Ditador, 1940. Acessado em https://www.youtube.com/watch?v=D00gN4eAzVw no dia 07 de abril de 2014.


 Aline Passos Rezende
Camila Gisele de Pina
Celina Borges Santos
Hygor Cirino Alves
Jéssica Medeiros Silva
Meirilane Vieira dos Reis Rocha

 5º período de Psicologia I/2014