quinta-feira, 12 de junho de 2014

A Contribuição da Psicologia Social nas Relações Éticas


Refletindo sobre a psicologia social e sua aplicação, percebemos que somos treinados e capacitados a exercer a profissão respeitando seus principais fundamentos, mas somos pouco atentos à necessidade de pensar a construção de uma “Ética Profissional”; de refletir de onde ela vem, como é construída e de que maneira devemos pensá-la para que sua prática seja um instrumento norteador do trabalho da psicologia em todas as suas competências.

A psicologia social é o estudo científico de manifestações comportamentais de caráter situacional suscitadas pela interação de uma pessoa com outras pessoas, ou pela mera expectativa de tal interação, bem como dos processos cognitivos e afetivos decorrentes do processo de interação social (AROLDO RODRIGUES, 2012).

O código de ética que regulamenta o exercício da profissão da psicologia nos apresenta sete princípios fundamentais da atuação do psicólogo. Vamos destacar aqui quatro deles que irão influenciar diretamente nas áreas de atuação da psicologia social:

I - O Psicólogo baseará o seu trabalho no respeito à dignidade e à integridade do ser humano;
II - O Psicólogo trabalhará visando a promover o bem-estar do indivíduo e da comunidade, bem como a descoberta de métodos e práticas que possibilitem a consecução desse objetivo;
IV - A atuação profissional do Psicólogo compreenderá uma análise crítica da realidade política e social;
VI - O Psicólogo colaborará na criação de condições que visem a eliminar a opressão e a marginalização do ser humano; ( RESOLUÇÃO CFP Nº 010/05) .

A psicologia social traz a discussão dos dilemas humanos pra um campo onde entender as relações não depende somente de entender as relações dos sujeitos entre si e seus grupos, necessita de uma análise maior, de entender como funciona a sociedade desses sujeitos e de tudo que influencia suas vidas. A psicologia social nos chama a todo tempo para um cuidado com o outro, para a análise de nossos julgamentos, de nossas crenças, de nossos moralismos e como isso afeta essas relações e principalmente a maneira como nos dispomos, por exemplo como estagiários a cuidar desse outro.

A ética é necessária não somente como algo que defini como deveremos nos comportar, de que regras devemos seguir; necessitamos sim dessas condutas, de normas, porém devemos nos atentar a não somente cumprir um dever de casa onde treinamos o que deve ser feito, devemos ter consciência de que tarefa é essa que nos foi dada, devemos indagar, questionar, conhecer e ter domínio de tudo que perpassa por nossa prática.

Se nossa pretensão é dar autonomia, liberdade, buscando conscientizar o outro de suas potencialidades, da possibilidade de novas formas de pensar é necessário também essa construção em nós mesmos, essa é uma atitude que acreditamos que todos devem desempenhar em um processo de formação de novos psicólogos. 

Nossa intenção é a de trazer a reflexão sobre qualquer tema que influencie de alguma maneira nossa profissão e desperte em nós a vontade de nos mantermos mais humanos. Temos aqui não um vídeo que irá clarear nossas ideias sobre nossa prática, nem sobre como vemos a psicologia social, muito menos uma maneira simples de como nos tornamos éticos; ilustraremos aqui apenas uma atitude, uma reação inesperada de alguém que ocupa um lugar onde poderia manter atitudes de padrões aceitáveis pela sua sociedade, mas que causava sofrimento ao outro, e por isso se vê na obrigação de considerar que sua consciência e sua maneira de ver o mundo não permitem que ele mantenha as relações existentes da maneira como estavam propostas e vividas; alguém que atende às suas emoções, aos seus pensamentos, à sua reflexão e usa do poder que lhe foi instituído para expressar o que acreditava ser o melhor a ser feito naquele momento. Este alguém é o personagem vivido no filme “O Grande Ditador, de Charles Chaplin”.




Referências Bibliográficas:

ASSMAR, E. M, L. JABLONSKI, B. ROGRIGUES, A. Psicologia Social. 29 ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução CFP Nº 010/05. Ed. Brasília Rádio Center, Brasília, p. 1 – 18, 21 de julho de 2005.

CHAPIN, CHARLES. O Grande Ditador, 1940. Acessado em https://www.youtube.com/watch?v=D00gN4eAzVw no dia 07 de abril de 2014.


 Aline Passos Rezende
Camila Gisele de Pina
Celina Borges Santos
Hygor Cirino Alves
Jéssica Medeiros Silva
Meirilane Vieira dos Reis Rocha

 5º período de Psicologia I/2014


Nenhum comentário:

Postar um comentário