Informações e reflexões sobre a Ética na perspectiva dos estagiários em Psicologia. Destinado aos estudantes que irão passar pela experiência de estágio e também a profissionais.
terça-feira, 21 de outubro de 2014
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
ÉTICA E PSICOLOGIA JUNTAS NO AMBIENTE ESCOLAR
A atuação do psicólogo no contexto escolar vem sendo motivo de discussão desde a década de 80,momento onde começou a se falar sobre a sua importância.O psicólogo escolar tem como uma de suas responsabilidades colaborar na compreensão e mudança do comportamento de educadores e educandos, no processo de ensino aprendizagem, nas relações interpessoais e nos processos intrapessoais, dentre outras atribuições sempre relacionadas às dimensões política, econômica, social e cultural.Ainda hoje são muitos os questionamentos sobre a atuação do psicólogo escolar e educacional,bem como não há um consenso entre os teóricos de uma única definição para atuação deste profissional.
A Psicologia Escolar voltada para a análise e intervenção em contextos educacionais e entendida como área de aplicação da Psicologia, na medida em que o reconhecimento legal das áreas de especialização não se encontra definido, a formação, de acordo com resultados de investigações recentes, deve estar pautada tanto na relação saber-poder-fazer equilibrada, que viabilize um crescimento significativo no conhecimento, quanto na dimensão do saber ser, articulando o profissional ao compromisso social, aos padrões éticos e valores que nortearão uma prática adequada e colocarão o psicólogo escolar como um agente social e cultural de mudanças.
(Wechsler, 1996; Pfromm Netto, 1996; Gonçalves,1999).
O trabalho de orientação aos alunos e pais em relação às dificuldades escolares e a outros assuntos de interesse para o desenvolvimento do aluno tem constituído uma das atuações tradicionais do psicólogo escolar que vai ampliando seu foco visando a promoção do desenvolvimento dos alunos através de recursos psicológicos importantes em correspondência com os objetivos da educação integral que a escola propõe.
A orientação em relação ao sentido atribuído à sexualidade, à responsabilidade para com o outro, às duvidas e inquietações sobre desejos e afetos, assim como,
a contribuição para o desenvolvimento do autoconhecimento,a auto-reflexão, a capacidade de antecipar conseqüências e a tomada de decisões éticas, se constituem em um objeto significativo do trabalho do psicólogo escolar tanto na sua expressão individual quanto grupal.
Segundo os estatutos da Associação Brasileira de Psicologia Escolar - ABRAPEE (1991), "entende por psicólogos escolares e educacionais aqueles profissionais, que devido a sua preparação universitária em Psicologia e experiências subseqüentes nas áreas escolar e/ou educacional, trabalham para melhorar o processo ensino-aprendizagem no seu aspecto global (cognitivo, emocional, social e motor) através de serviços oferecidos a
indivíduos, grupos, famílias e organizações" (p. 1).
Neste contexto educacional de formação do Psicólogo Escolar e dos novos parâmetros curriculares para o ensino, deve-se focalizar também a ampliação de seu campo de atuação do ensino fundamental à Universidade com a promulgação da LDB - Lei no. 9394/ 96, tanto como assessor quanto como pesquisador, principalmente na rede pública de ensino, refletindo o
surgimento de novos espaços e tempos educativos.
Faz-se necessário repensar não somente a formação do Psicólogo, mas o papel das instituições de ensino. Possibilitar que a aprendizagem das habilidades básicas esteja inserida num contexto cultural e histórico com fins sociais pode ser uma das principais metas a serem atingidas para garantirmos educação de qualidade aos nossos alunos. (Anderson, 1991; M yers, 1992; Cioffi, 1992; Joly, 1999).
Conclusão:
A atuação do psicólogo escolar busca enxergar a escola não apenas como um lugar onde uns ensinam e outros aprendem,mantida por um modelo dual, mas como um espaço social no qual as pessoas convivem e atuam,implica em reconhecer a importância da sua dimensão psicossocial assim como, o papel do nosso trabalho nesta importante dimensão.A ética não se trata de conceitos morais onde são impostas regras de conduta construída socialmente,mas sim do cuidar,noção de existência,se importar com o outro, sem o controle por regras e sim num campo de reflexão em relação ao outro.Sem dúvidas, as perspectivas para a psicologia escolar no Brasil podem ser promissoras considerando-se a discussão e investimentos que vem sendo realizados.
Bibliográfia:
MARTINEZ, Albertina Mitjáns. Psicologia Escolar e Educacional: compromissos com a educação brasileira - Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) Vol. 13, Número 1, Janeiro/Junho de 2009 p. 169-177.
JOLY,Maria Cristina Rodrigues Azevedo.Mestre e Doutora em Psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo;Docente da Universidade São Francisco e assessora de instituições educacionais de ensino como psicóloga escolar. A Formação do psicólogo escolar e a educação no terceiro milênio, Universidade São Francisco.
SOUZA,Lavínia Cristina Rodrigues de.O Papel do Psicólogo Escolar e Educacional: A Visão da Equipe Técnico-Pedagógica Sobre sua Atuação,Maio de 2004.
Alunas: Aldirene Santos, Bernadete de Medeiros,Camila Serra,Camila Gomes,Jessica de Oliveira e Raquel Leal - 5º período de Psicologia,Unitri 2/semestre 2014.
A atuação do psicólogo no contexto escolar vem sendo motivo de discussão desde a década de 80,momento onde começou a se falar sobre a sua importância.O psicólogo escolar tem como uma de suas responsabilidades colaborar na compreensão e mudança do comportamento de educadores e educandos, no processo de ensino aprendizagem, nas relações interpessoais e nos processos intrapessoais, dentre outras atribuições sempre relacionadas às dimensões política, econômica, social e cultural.Ainda hoje são muitos os questionamentos sobre a atuação do psicólogo escolar e educacional,bem como não há um consenso entre os teóricos de uma única definição para atuação deste profissional.
A Psicologia Escolar voltada para a análise e intervenção em contextos educacionais e entendida como área de aplicação da Psicologia, na medida em que o reconhecimento legal das áreas de especialização não se encontra definido, a formação, de acordo com resultados de investigações recentes, deve estar pautada tanto na relação saber-poder-fazer equilibrada, que viabilize um crescimento significativo no conhecimento, quanto na dimensão do saber ser, articulando o profissional ao compromisso social, aos padrões éticos e valores que nortearão uma prática adequada e colocarão o psicólogo escolar como um agente social e cultural de mudanças.
(Wechsler, 1996; Pfromm Netto, 1996; Gonçalves,1999).
O trabalho de orientação aos alunos e pais em relação às dificuldades escolares e a outros assuntos de interesse para o desenvolvimento do aluno tem constituído uma das atuações tradicionais do psicólogo escolar que vai ampliando seu foco visando a promoção do desenvolvimento dos alunos através de recursos psicológicos importantes em correspondência com os objetivos da educação integral que a escola propõe.
A orientação em relação ao sentido atribuído à sexualidade, à responsabilidade para com o outro, às duvidas e inquietações sobre desejos e afetos, assim como,
a contribuição para o desenvolvimento do autoconhecimento,a auto-reflexão, a capacidade de antecipar conseqüências e a tomada de decisões éticas, se constituem em um objeto significativo do trabalho do psicólogo escolar tanto na sua expressão individual quanto grupal.
Segundo os estatutos da Associação Brasileira de Psicologia Escolar - ABRAPEE (1991), "entende por psicólogos escolares e educacionais aqueles profissionais, que devido a sua preparação universitária em Psicologia e experiências subseqüentes nas áreas escolar e/ou educacional, trabalham para melhorar o processo ensino-aprendizagem no seu aspecto global (cognitivo, emocional, social e motor) através de serviços oferecidos a
indivíduos, grupos, famílias e organizações" (p. 1).
Neste contexto educacional de formação do Psicólogo Escolar e dos novos parâmetros curriculares para o ensino, deve-se focalizar também a ampliação de seu campo de atuação do ensino fundamental à Universidade com a promulgação da LDB - Lei no. 9394/ 96, tanto como assessor quanto como pesquisador, principalmente na rede pública de ensino, refletindo o
surgimento de novos espaços e tempos educativos.
Faz-se necessário repensar não somente a formação do Psicólogo, mas o papel das instituições de ensino. Possibilitar que a aprendizagem das habilidades básicas esteja inserida num contexto cultural e histórico com fins sociais pode ser uma das principais metas a serem atingidas para garantirmos educação de qualidade aos nossos alunos. (Anderson, 1991; M yers, 1992; Cioffi, 1992; Joly, 1999).
Conclusão:
A atuação do psicólogo escolar busca enxergar a escola não apenas como um lugar onde uns ensinam e outros aprendem,mantida por um modelo dual, mas como um espaço social no qual as pessoas convivem e atuam,implica em reconhecer a importância da sua dimensão psicossocial assim como, o papel do nosso trabalho nesta importante dimensão.A ética não se trata de conceitos morais onde são impostas regras de conduta construída socialmente,mas sim do cuidar,noção de existência,se importar com o outro, sem o controle por regras e sim num campo de reflexão em relação ao outro.Sem dúvidas, as perspectivas para a psicologia escolar no Brasil podem ser promissoras considerando-se a discussão e investimentos que vem sendo realizados.
Bibliográfia:
MARTINEZ, Albertina Mitjáns. Psicologia Escolar e Educacional: compromissos com a educação brasileira - Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) Vol. 13, Número 1, Janeiro/Junho de 2009 p. 169-177.
JOLY,Maria Cristina Rodrigues Azevedo.Mestre e Doutora em Psicologia Escolar pela Universidade de São Paulo;Docente da Universidade São Francisco e assessora de instituições educacionais de ensino como psicóloga escolar. A Formação do psicólogo escolar e a educação no terceiro milênio, Universidade São Francisco.
SOUZA,Lavínia Cristina Rodrigues de.O Papel do Psicólogo Escolar e Educacional: A Visão da Equipe Técnico-Pedagógica Sobre sua Atuação,Maio de 2004.
Alunas: Aldirene Santos, Bernadete de Medeiros,Camila Serra,Camila Gomes,Jessica de Oliveira e Raquel Leal - 5º período de Psicologia,Unitri 2/semestre 2014.
Um dos principais objetivos
do psicólogo hospitalar é a minimização do sofrimento provocado pela
hospitalização. No ambiente hospitalar a relação do psicólogo com os demais
profissionais da equipe de saúde devem envolver a totalidade das possibilidades
dessa interação, e este estar sempre atento para as outras intervenções que
possam ocorrer durante o desenvolvimento de suas atividades. Além disso, o
psicólogo age como um catalisador dos processos emocionais surgidos dentro da realidade
institucional. O paciente tem o direito de saúde e entender o seu tratamento, a
conhecer o seu diagnóstico e, a saber, das possibilidades de sua recuperação. A
equipe multiprofissional em especial o médico, tem dever para com o paciente de
informá-lo sobre sua situação, e cabe ao psicólogo à tarefa de trabalhar os conteúdos
emocionais que surgirem do paciente.
A ética e o cuidado ao
paciente que tem como presunção a morte conservam uma estreita relação. O cuidado é uma ação da ética mínima e
universal, capaz de prolongar a duração de vida do ser cuidado e até mesmo
melhorar sua condição para ser cuidado, mesmo no curto período que lhe resta
diante da morte. Nesse caso o papel do profissional é informar o paciente o que
realmente está acontecendo, não no sentido de anunciar o diagnóstico da doença,
mas explicando sobre a intervenção hospitalar e aguardando a compreensão e
aceitação da sua condição de paciente terminal. O paciente perde a capacidade
de controle, e fica dependente do desconhecido, e isso é angustiante para o
mesmo. Para lidar com o paciente terminal, é de fundamental importância o olhar
voltado para a pessoa; visando, primeiramente, o bem-estar, nos últimos
momentos que lhe restam.
Para tanto, não se deve definir
o paciente a um órgão doente e deixá-lo passivo no processo do cuidado. A ética
reside no bem e na virtude e por isso temos que voltar nossos olhares para um
atendimento holístico e humanizado, e acima de tudo; para o cuidado nem sempre
atrelado à recompensa da cura.
Muitas vezes o ambiente
hospitalar representa para o paciente, a perda de sua identidade, de sua
individualidade e de sua autonomia, favorecendo a existência de sentimentos de
solidão e abandono. Intervir como psicólogo hospitalar em casos de pacientes em
estado terminal exige habilidades que possibilitem acolher e cuidar do outro
com a alma, permitindo assim que o paciente recupere e descubra as múltiplas
possibilidades de sua existência, além de permitir que o próprio profissional
compreenda também as múltiplas possibilidades de sua existência.
Para o paciente que vive a ameaça
da morte, a família tem um valor bastante significativo, sendo essencial criar um trabalho de interação entre
paciente e família, pois essa interação será um das poucas motivações que o
paciente terá para enfrentar o sofrimento perante a morte.
Segundo
Chiattone (1997, p.116) “O compromisso ético entre o conhecimento da psicologia
hospitalar e a verdade, pois não se trata de discutir ciência e pseudociência,
ciência e visão de mundo. Trata-se da tentativa de desvendar a realidade da
atuação do psicólogo no contexto hospitalar, sem a prorrogativa de se alcançar
a verdade absoluta, mas sem prescindir, a seu lado, da ideia em si, regulativa,
do ideal que orienta a prática e, principalmente, do sentido a essa pratica”.
O grande impasse ético
exige muito mais do que conhecimentos
sobre a doença ou mesmo atributos de um paciente em fase terminal. A ética nessa situação envolve a consciência que
só pode ser ampliada quando existirem sentimos a essência, a individualidade do
paciente. Pois na ética do cuidar não existem regras, apenas orientações que
nem sempre podem ser generalizadas.
Referências:
SOUZA, B.S.; SOUZA, L.E.E.M.;
SOUZA, A.M.A. A ética no cuidado durante
o processo de morrer: relato de experiência. Revista Brasileira de
Enfermagem, 2005. disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v58n6/a20v58n6.pdf
Alunos do 5° período de psicologia - Noturno - Unitri
CHIATTONE, H.B.C; SEBASTIANI, R.W. A ética em Psicologia Hospitalar. In: ANGERAMI, V.A. (Org.). A ética na Saúde. São Paulo: Thomson
Learning, 1997. P.111-138.
Alunos do 5° período de psicologia - Noturno - Unitri
Franciele
Jesuíno de Oliveira
Laís
Regina Rozetti de Sousa
Lucineide
Bispo Marques
Marcos João Resende
Meiriene Rodriques dos Santos
Simone Aparecida Soares Leite
Ética na Psicologia Organizacional
Segundo Boff, L. (2003), a ÉTICA vem da filosofia e considera concepções de fundo, princípios e valores que orientam pessoas e sociedades; uma pessoa é ética quando tem caráter e boa índole, e quando se orienta por princípios e concepções. Já a MORAL, muitas vezes confundida com a ética, é a prática real das pessoas que se expressam por costumes, hábitos e valores aceitos; uma pessoa é moral quando age conforme costumes e valores estabelecidos, que podem ser questionados pela ética.
Os psicólogos precisam ter ética, por isso eles devem seguir o Código de Ética Profissional do Psicólogo que está no link abaixo:
Psicologia Organizacional
O psicólogo organizacional pode trabalhar em empresas, instituições, ONG's, governo, entre outros; ele deve desenvolver estratégias para melhorar o ambiente de trabalho, mas também deve se preocupar com a saúde mental dos trabalhadores.
É importante lembrar que o psicólogo organizacional não faz atendimento terapêutico.
Ética nas Organizações
A questão ética, de crucial importância para as sociedades ao longo da história, passou a ser preocupação para as empresas após o advento e a consolidação do capitalismo (Bonratik et al., 2006).
Algumas razões para a empresa ser ética: custos menores, a possibilidade de avaliar com precisão o desempenho de sua estrutura, a legitimidade moral para exigir comportamento ético dos empregados, a geração de lucro livre de contingências, a obtenção do respeito dos parceiros comerciais e o cumprimento do dever inerente à responsabilidade social da organização.
Várias empresas estão adotando um código de ética interno para nortear as práticas na organização; a ética empresarial estaria relacionada a reflexões ou indagações sobre costumes e morais, isto é, qual a moral vigente nas empresas.
Segundo Srour (2000), a ética empresarial é definida como práticas organizacionais baseadas em valores morais, ele destacou sete dimensões teóricas: a) qualidade no trabalho e respeito no trato interpessoal, b) valores de igualdade de oportunidades e tratamento não-discriminatório, c) importância do cliente, d) respeito pelos prazos, e)confiabilidade, credibilidade e estabilidade de normas e objetivos, f) capacitação e autodesenvolvimento e, g) comprometimento com normas sociais e integração com a comunidade.
A ética organizacional contém elementos formais e informais: código de ética, políticas, comunicação, treinamentos, monitoramento do sistema, sanções e recompensas formais e atenção a climas éticos (percepções compartilhadas pelos membros organizacionais relativas aos critérios: egoísmo, benevolência e princípios éticos) e cultura organizacional.
Enfim, a ética é fundamental e deve estar presente em tudo o que o Psicólogo Organizacional faz. Independente de onde o profissional está atuando é imprescindível que o psicólogo tenha uma postura ética.
Referências:
BASTOS, Antônio Virgílio Bittencourt; MARTINS, Ana Helena Caldeira Galvão. O que pode fazer o psicólogo organizacional. Psicologia Ciência e Profissão, 1990, volume 10, n.1, página 10-18.
MONTEIRO, Janine Kieling; SANTO, Fabiana Cobas do Espírito; BONACINA, Franciela. Valores, Ética e Julgamento Moral: Um estudo exploratório em empresas familiares: Psicologia: Reflexão e Crítica, 2005, 18(2), página 237-246.
Conselho Federal de Psicologia, Disponível em:http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo_etica.pdf, acessado em 13 de outubro de 2014.
Leonardo Boff, Disponível em:http://www.leonardoboff.com/site/vista/2003/jul04.htm, acessado em 13 de outubro de 2014.
Acadêmicas: Bruna Rezende Ribeiro, Bruna Silva Queiroz, Emanuelle Bruna de Oliveira Rodrigues, Isabella Rodrigues Muniz e Maria Carolina Oliveira Borges.
5º período noturno de Psicologia 2014/2
COMO SER ÉTICO RESPEITANDO AS DIFERENÇAS SOCIAIS?
Revisado em 04/12/14.
Para prática de nossas
atividades, enquanto futuros psicólogos, estudamos e tomamos como ferramenta
essencial o documento: Código de Ética Profissional do Psicólogo. Tendo em
vista a diversidade social e a ética do cuidado na intervenção comunitária e
social, essa ferramenta contemplaria tais necessidades?
Segundo Rodrigues
(2009), “a psicologia social é o estudo das manifestações comportamentais
suscitadas pela interação de uma pessoa com outras pessoas, ou pela mera
expectativa de tal interação”. Para
Allport (1954), a psicologia social é a disciplina que usa métodos científicos
para “entender e explicar como o pensamento, os sentimentos e os comportamentos
dos indivíduos são influenciados pela presença real, imaginada ou implicada de
outros seres humanos”.
A psicologia social
reúne o indivíduo e o social: tanto o modo como o individuo é influenciado pelo
meio social em que vive (mesmo quando está sozinho) e o modo como o indivíduo
pode influenciar a sociedade ao seu redor.
As diferenças sociais
existem desde que existe a vida em sociedade, e este é um questionamento
abrangente, pois podemos entendê-las em seus mais diversos contextos:
econômicos, raciais, políticos, religiosos..., contudo, para nossa discussão, a
proposta é o enfoque nos indivíduos dentro deste contexto social, abordando
para tal, o lidar eticamente com alguém que pensa, vive ou possui crenças ou
valores diferentes ou que contradizem aos nossos.
Impossível entender
estas diferenças sem abordarmos a distinção de algo que é tão confuso: o que é
ética, o que é moral? É a mesma coisa ou há distinções a serem feitas? No senso comum ética e moral são sinônimos.
Assim dizemos: "aqui há um problema ético" ou "um problema
moral". Com isso emitimos um juízo de valor sobre alguma prática pessoal
ou social, se boa, se má ou duvidosa.
A ética e as morais
devem servir à vida, à convivência humana. Sempre que surge o outro diante de
mim, ai surge o imperativo ético de tratá-lo humanamente. Sem tais valores a
vida se torna impossível. Através dos valores, que são princípios morais, o
homem adquire o comportamento ético, que rege as atitudes na sociedade em que
vive. O comportamento ético conduz o homem a fazer o que considerar importante
em sua vida.
O Homem não é uma
folha de papel em branco em que a cultura pode escrever seu texto: É uma
entidade com sua carga própria de energia estruturada de determinadas formas
que, ao ajustar-se, reage de maneira específica e verificável ás condições
exteriores.
Cada pessoa possui
valores individuais e intransferíveis. A consciência do certo ou errado e suas
próprias convicções, ideias, opiniões sobre as pessoas e bens materiais, que
influenciam e se manifestam nos relacionamentos sociais.
Como não existe
verdade absoluta, o que é certo para um, pode ser errado para o outro, e tendo
em vista que os valores são trazidos do berço (na relação da criança com seus
pais), e que estes evoluem no decorrer da existência e maturidade
possibilitando o crescimento e desenvolvimento da personalidade, dentro ou fora
da família os princípios adquiridos na infância estarão sempre presentes na
relação do homem com o homem. Ao mesmo
tempo, conjunto de normas regulamentadoras rege o comportamento humano ético em
sociedade, e estarão perpassando na vivência deste indivíduo, fazendo com que
por vezes os valores os quais possui hoje não sejam os mesmo de amanhã.
Tendo em vista os
aspectos de diversidades sociais citados, para pensarmos na ética do cuidado em
um contexto de intervenção comunitária e social, podemos recorrer aos 03 ágas
questionados e pensados por Heidegger (1984), citado em: CALDAS, M.; LIMA, M. (2012): “... humanitas do homo humanus...”. Nesta linha de
pensamento, ele enfatiza que estando o homem subordinado à moderna metafísica
da subjetividade, este terá que primeiro aprender a existir no seu real
significado, paralelamente que se apoie no ser (essência do homem), sendo que
esta recondução poderá acontecer pelo cuidado (cura).No Código de Ética do
Profissional Psicólogo temos ao todo 07 princípios fundamentais enquanto
atuação profissional. Entretanto, dando ênfase ao questionamento feito, nos
atentemos aos princípios seguintes:
I – O psicólogo
baseará seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da
igualdade e da integridade do ser humano, apoiado
nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
II – O psicólogo trabalhará visando promover a
saúde e qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá
para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão.
III – O psicólogo atuará com responsabilidade social,
analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e
cultural.
Embora os outros
princípios, que aqui não foram citados, nos levem também a reflexões acerca de
nossa atuação profissional, os 03 acima expressam nitidamente a resposta que
buscávamos nos destaques feitos em negrito.
Pode – se concluir
então que, para ser ético frente às diferenças sociais, não basta que o
psicólogo siga seus costumes, mas sim, que concomitantemente a isto obedeça aos
princípios que regulamentam o exercício da profissão, respeitando as diferentes
morais sociais e sabendo lidar com os valores individuais sem percepções ou
julgamentos pré-definidos a cerca dos mesmos. Deve zelar pela ética do cuidar,
baseada em seguir os 03 agás de Heidegger, para que de fato seja possível atuar
assertivamente com a subjetividade do outro e da sua própria, rumo à recondução
do homem à sua essência de homem.
“Ninguém é suficientemente perfeito, que não
possa aprender com o outro e, ninguém é totalmente destituído de valores que não
possa ensinar algo ao seu irmão.” (Francisco de Assis).
Alunos do 5º Período de Psicologia - Noturno - Unitri
Camila Moreira Mendonça.
Diôgo Oliveira Duarte.
Leone Batista Gomes.
Paulo Roberto Abbiati Vieira.
Vanessa de Fátima Nascimento Evangelho.
Vitor Hugo Modesto da Silva.
REFERÊNCIAS:
FERREIRA, Maria C. A Psicologia Social contemporânea: principais tendências e perspectivas
nacionais e internacionais. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-37722010000500005&script=sci_arttext.
Acessado em 14/10/14 – 21h13min.
RODRIGUES, Aroldo; ASSMAR, Eveline;
JABLONSKI Bernardo. Psicologia Social.
27ª Ed. Revista e Ampliada. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
Portal do Conselho Federal de
Psicologia. Disponível em:
http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo_etica.pdf - Acessado
em 09/10/14 - 14:30.
ALLPORT, G. W. The nature
prejudice. Reading, MA: Adison-Wesley Publishing Company. 1954.
CALDAS, M.; LIMA, M. O Homo humanos á luz da verdade do ser e do sentido da vida: o pensamento de Martin Heidegger e de Viktor Frankl acerca da humanitas. Revista Logos e Existência: Revista da Associação Brasileira de Logoterapia e Análise Existencial (1), 88-99, 2012. Disponível em: http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/le/article/view/14082/8069. Acessado em 14/1014.
Fixando o conteúdo:
Com base na publicação acima, complete
as lacunas abaixo conforme numeração e suas respectivas referências:
01- Trata-se do manual de conduta para o profissional psicólogo.
02- Fundamentada pela crença de que é ela quem define o que é ou não ser
ético na sociedade.
03- Palavra de 04 letras que faz parte dos 3 ágas questionados e
pensados por Heidegger (1984).
04- Idealmente, a Ética define conceitos por meio do estudo da Moral,
que aplica esses conceitos na prática, o que seria o ideal de...
05- Cada pessoa possui... e intransferíveis.
06-... em um contexto de intervenção comunitária e social.
07- Cabe ao conceito de... diferenciar o que é dito da Moral na teoria e
o que é feito "moralmente".
08-... é também uma hipótese, uma conjectura, uma opinião formada diante
de um fato. Uma teoria tenta explicar algo de difícil concretização.
09- Palavra de 09 letras que faz parte dos 3 ágas questionados e
pensados por Heidegger (1984).
10- Palavra de 07 letras que faz parte dos 3 ágas questionados e
pensados por Heidegger (1984).
11- Como ser ético respeitando as...?
12- Ação ou efeito de praticar. Exercício, costume, hábito, experiência,
tirocínio. Aplicação de teoria.
domingo, 19 de outubro de 2014
Ética e Direitos Humanos: uma leitura a partir do filme "Os Miseráveis"
O homem
nasce livre e em toda a parte encontra-se a ferros.
Toda a nossa sabedoria consiste em preconceitos servis: todos os nossos usos são apenas sujeição, coação e constrangimento. O homem nasce, vive e morre na escravidão: ao nascer cosem-no numa malha; na sua morte pregam-no num caixão: enquanto tem figura humana é encadeado pelas nossas instituições.
Eu senti antes de pensar.
Observei a natureza e segui o caminho que ela vos traça. Ela exercita continuamente as crianças; endurece o seu temperamento com provas de toda espécie, e ensina-lhes, muito cedo, o que é uma dor e o que é um prazer.
Toda a nossa sabedoria consiste em preconceitos servis: todos os nossos usos são apenas sujeição, coação e constrangimento. O homem nasce, vive e morre na escravidão: ao nascer cosem-no numa malha; na sua morte pregam-no num caixão: enquanto tem figura humana é encadeado pelas nossas instituições.
Eu senti antes de pensar.
Observei a natureza e segui o caminho que ela vos traça. Ela exercita continuamente as crianças; endurece o seu temperamento com provas de toda espécie, e ensina-lhes, muito cedo, o que é uma dor e o que é um prazer.
França,1800. Um homem é
preso por roubar um pão. Jean Valjean é seu nome e retrata a figura da
injustiça, da humilhação, do mais fraco que é maltratado e vilipendiado em sua
dignidade, tentando ser apenas mais um entre os miseráveis que vivem na
escuridão. Assim Vitor Hugo nos descreve uma época onde os indivíduos, como diz
o autor da obra, não enxergavam a luz, eram famélicos e sedentos de respeito
humano. Jean Valjean é preso por roubar um pão para matar a fome, é condenado a
5 anos de prisão que se estende por mais 14 anos por tentar fugir, perfazendo um
total de 19 anos preso por um ato que até hoje se repete em outros contextos e
objetos diferentes, mas na mesma proporção de injustiça.
Em 1800 o que era moral
em uma França devastada pelos horrores da pobreza, pela injustiça, pela fome? A moral certamente era a moral que
fortalecesse a lógica dos burgueses que se ascendiam ao governo, com certeza
era uma moral relativa, dependendo de quem a transgredia. Roubar um pão seria
contra a moral instituída pelo estado, ainda mais que o transgressor era um
pobre sem poder algum. Quando dissemos que o poder ou a cultura relativiza a
ação criminosa, estamos na contramão dos Direitos Humanos, e isso implica numa
contradição.
Os Direitos Humanos são
universais, pois, partem do direito natural, ou seja, direitos esses concebidos
por sua natureza de ser humano. O relativismo cultural não inviabiliza os
direitos humanos que dentro de cada cultura se impõe respeitando as diferenças
culturais. Assim, os direitos são universais na medida em que respeita o diferente
e se molda ao contexto histórico na busca da verdade que dignifica o homem.
Todo homem tem direito
à vida e a liberdade independente de sua cultura, credo ou raça, então que
direito é esse que não dá condições de se viver minimamente com dignidade? Por
certo, na França de “Os Miseráveis”, os homens não viviam em igualdade, apesar
de o conceito fazer parte do lema da Revolução Francesa e ter estabelecido a Declaração
dos Direitos do Homem e do Cidadão em 1789. Os indivíduos lutavam pelos seus
direitos, mas viviam sob o conceito da ética moderna, a ética da razão, onde o
dever era o que os tornava seres com moral, pois o homem não faz o bem por si
mesmo, sendo necessário obedecer às leis. Assim, o homem tem que ser vigiado e
subjugado em sua liberdade, justificando os regimes ditatoriais, as
autocracias, mesmo que seus direitos universais sejam massacrados.
No período histórico
que é pano de fundo do livro de Vitor Hugo, o homem ainda vivia sob esse
paradigma da ética racionalista que se fundamentava na ideologia cristã. Restava-lhe
a aceitação de sua insignificância. Com
a evolução da mentalidade para outra dimensão histórica e cultural, a ética
passa a ser uma co-responsabilidade, que seria a passagem do súdito para o
cidadão (Ribeiro, 2003),
ou seja, o súdito está sob o dito de alguém, enquanto que o cidadão é um
sujeito ativo dentro de uma república. Há um clamor pela ética que modifica o
modo de pensar uma sociedade. Um exemplo disso, como diz Ribeiro, “na sociedade
brasileira isso corresponde a um fato social importante, a saber: não existe
mais sustentação que legitime a desigualdade, a injustiça, a miséria entre
nós”. Por certo é necessário o clamor pela ética, é necessário o clamor pelos
direitos humanos e é necessário que retiremos os grilhões que nos prendem e nos
amordaçam, mesmo hoje que nos parecem tão óbvios esses direitos humanos. Esse
clamor insiste em continuar o árduo caminho do cidadão que faz parte desse
imenso baluarte de lógicas que definem quem é excluído e quem fica dentro.
A Psicologia nesse
momento de transição de paradigmas deve definir o seu caminho. Por onde
percorrer? Ficamos sentados em nossas poltronas do subjetivismo individual, ou
juntos com a mudança entendemos o indivíduo como sujeito plural, que nasce e é
inserido na desigualdade, ou seja, é um sujeito histórico e cultural, refletindo
sua época e o ambiente em que está envolvido. Não podemos repetir os mesmos
erros do cientificismo, do positivismo, que coloca a saúde mental como algo que
se mede e que exclui. Temos que negar a lógica médica de que a saúde é ausência
de doença, e entender que o indivíduo tem que ter uma saúde sustentada em todas
as dimensões, social, cultural e econômica.
Temos que pensar a prática psicológica no contexto atual, com um olhar
político, pois somos também responsáveis pelo que produzimos. Devemos nos
preocupar com a subjetividade do indivíduo não apenas dentro de nossos
consultórios, mas nas relações sociais e na produção dessas relações. As
relações sociais determinam a consciência social dos indivíduos, e o ser social
determina sua consciência individual. Somos seres políticos por natureza, por
questão de sobrevivência dos grupos precisamos nos mobilizar enquanto cidadãos
e profissionais que seremos.
A Psicologia tem expressado
e questionado de modo positivo esses novos caminhos do saber psicológico,
propondo novas e diferentes formas de pensar suas práticas. Nas Diretrizes para atuação e formação dos psicólogos do sistema prisional brasileiro percebemos como a Psicologia
tem contribuído com distintos olhares para o sistema prisional. A Psicologia propõe
sairmos desse modelo que aprisiona e aparta para modelos diferentes que pautem
pela prevenção, educação, justiça e responsabilização dos sujeitos e da
sociedade, através de uma prática humanitária e de transformação das prisões.
Também percebemos esse posicionamento ao apoiar o movimento “Tortura nunca mais”, propondo
um ponto de vista contrário à posição das ações políticas praticadas durante o
regime ditatorial.
Entendemos que nas últimas
décadas a Psicologia tem se preocupado com esse tema em função das
transformações sociais que chamam os psicólogos a pensar suas práticas em
diferentes contextos, lutando sempre pela ética e pelos direitos humanos dos
loucos, pobres, das minorias, enfim, dos excluídos.
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5º Período de Psicologia- Diurno -UNITRI
Nomes dos alunos : Castinaldo de Oliveira Rocha
Dorcas Maria
Segala Nascimento
Gabriela de
Aquino Melo
João Bosco
Nascimento
Maria
Aparecida Dias de Aquino
Talita Paula
dos Santos
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