A
palavra ética origina-se do grego- ethos cujo significado é “modo de ser” ou
“caráter”. É um ramo da filosofia e está relacionada aos estudos de valores
morais que orientam o comportamento do indivíduo na sociedade e são explicadas
de forma racional, estruturada, científica e teórica.
Em
toda profissão existe um Código de Ética e na Psicologia não seria diferente. O
Conselho Federal de Psicologia é o responsável por orientar, fiscalizar e
disciplinar as atividades realizadas pelo Psicólogo, respeitando este Código.
O
projeto interdisciplinar do 5º período, do Curso de Psicologia da UNITRI,
propõe que pensemos numa ética do cuidado profissional com o paciente e
vice-versa. A partir desta consideração,
os executores deste projeto pensaram em investigar a proposição do trabalho em
pacientes com câncer e, em especial, os cuidados paliativos no tratamento desta enfermidade.
Há
muito tempo o câncer é considerada como um tabu, pelo seu relacionamento com a suposição de ser uma doença incurável ou
quase sinônimo de morte. Segundo o Conselho Federal de Psicologia, o profissional
da área tem o dever de promover a saúde e o bem estar dos indivíduos. O Psicólogo Hospitalar
propõe então dar suporte ao paciente, para que ele possa enfrentar as
consequências da doença com maior facilidade e boa aceitação. Ele vai auxiliar
não somente na área de doenças psicossomáticas, mas em qualquer tipo de doença
que o paciente se encontra, juntamente com a equipe composta por médicos,
enfermeiros e toda a equipe hospitalar.
Na fase de diagnóstico da doença, o psicólogo
tem o papel de ajudar no ajustamento psicológico do paciente, seus familiares e
toda a equipe médica. É de se esperar que um diagnóstico desta natureza venha a
afetar o emocional de todos os envolvidos.
Após
o diagnóstico de um câncer terminal, de acordo com Girond e Waterkemper (2006)
50% dos pacientes não são beneficiados com as práticas terapêuticas, podendo
representar uma morte mais acelerada, pois se preocupam mais com a
funcionalidade do corpo e como não existem possibilidades de tratamento, a doença
progredirá e o paciente não terá suporte psicológico para lidar com a situação.
Mas, o paciente com câncer terminal necessita de cuidados psicológicos para, de
certa forma, lidar com a morte, surgindo, assim o cuidado paliativo.
O
cuidado paliativo foi criado em 1970, pela Dra. Cecily Saundeers, que fundou o
St. Christopheris Hospice. De acordo com a Organização Mundial de Saúde este
cuidado tem como objetivo reafirmar a vida de pacientes que são ameaçados por
doenças que atrapalham a continuidade da mesma, considerando o processo de
morte/ morrer algo natural, não adiando ou apressando a morte, mas oferecendo
alívio da dor e de outros sintomas que causem sofrimentos, integrando aspectos
psicológicos e espirituais, oferecendo apoio ao paciente para este viver tão
ativamente o possível, até a morte. Dando apoio psicológico também aos
familiares no enfrentamento da doença e no processo de luto.
Segundo
Brombergl (1998) com o cuidado paliativo, no inicio do século, houve quedas nas
taxas de mortalidade. Os pacientes terminais e seus familiares passaram a se
sentir melhores, pois antes a equipe médica limitava-se ao cuidado do funcionamento
do corpo e esquecia-se do cuidado psicológico do paciente.
Com
isso, conclui-se que a ética, nesse contexto, é de suma importância, pois
enfrentar o processo da morte não é fácil para a maioria dos seres humanos. O
trabalho do psicólogo é proporcionar um bem estar para o paciente cancerígeno,
fazendo com que este viva ativamente seus últimos momentos. É o exercício da
ética que faz bem tanto para o indivíduo como para sua família, ajudando no
processo de aceitação e luto. É importante também para a equipe médica
responsável, que acompanhará, de perto, a fase terminal do seu paciente.
O
Hospital do Câncer de Uberlândia possui um Setor de Cuidados Paliativos e o
vídeo a seguir mostra uma entrevista feita com a Sra. Ilma, que é voluntária do
setor, desde quando o hospital foi fundado, contando-nos como é o trabalho
oferecido aos pacientes.
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS:
GIROND,
Juliana Balbinot Reis; WATERKEMPER, Roberta. Sedação, Eutanásia e o processo de morrer do paciente com câncer em
cuidados paliativos: compreendendo conceitos e inter-relações.
Florianópolis: Cogitare Enferm. 2006. v. 11, n. 3, p.258-263.
CASTRO,
Déborah Azenha; Psicologia e ética em
cuidados paliativos. Brasília Dec. 2001, v. 21, n. 4.
BROMBERGL,
Maria Helena Pereira Franco; Cuidados
paliativos para o paciente com câncer: uma proposta integrativa para equipe,
pacientes e famílias. São Paulo: Sumuus. 1998.
Alunas
5° Período de Psicologia
Ana
Carolina G de Carvalho, Camilla Mundim Pereira, Débora Mendes Assunção, Izabele
Assunção Silva, Jéssica Raiane C. Silva, Taiany Rodrigues dos Santos e Thaís
Mendonça Mageste.
1°
Semestre de 2015.