quinta-feira, 21 de maio de 2015

A ÉTICA DO CUIDAR DO AUTISMO

Andreza Honorato Costa; Fernando Henrique Moura de Oliveira; Lívia Mantelli Pires; Lorena Luzia da Silva; Marklene Amorim dos Santo; Patrícia Mendonça Vieira Borges.


 O autismo é classificado como um dos transtornos invasivos do desenvolvimento, sendo atualmente considerado o principal deles (Moraes, 2011). Seu diagnóstico é realizado na observação de comprometimentos qualitativos no desenvolvimento da interação social e da linguagem, podendo observar também um comportamento repetitivo e um inventário restrito por parte de interesses e atividades. As manifestações do autismo podem variar de criança para criança e somente é identificada após várias consultas médicas; quando o diagnóstico é dado e há intervenções até por volta dos três anos de idade, as chances de apresentarem ganho para o seu desenvolvimento são maiores.


A etiologia do autismo pode ser associada a vários fatores, como: lesões neurológicas, rubéola congênita, fenilcetonúria, esclerose tuberosa, febre muito elevada, evidências de complicações perinatais e síndrome de Rett – Deterioração neuromotora, com ênfase em crianças do sexo feminino. Alguns dos indivíduos autistas têm convulsões em algum momento da vida.
O diagnóstico do autismo infantil, baseado no DSM-IV (1995) é caracterizado por um comprometimento acentuado no uso de múltiplos comportamentos não-verbais, tais como: contato visual direto, expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social e acentuado fracasso em desenvolver habilidades, com os pares, apropriadas ao seu nível de desenvolvimento. Existe uma falta de tentativa espontânea de compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas, e não há reciprocidade social ou emocional. O comprometimento qualitativo na comunicação é acentuado pelo atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem falada. Nos casos em que a fala é adequada, existe um acentuado comprometimento da capacidade de iniciar ou manter uma conversação. É comum o uso estereotipado e repetitivo da linguagem ou linguagem idiossincrásica (SOUZA e col., 2004).
O mundo do indivíduo com autismo é classificado, organizado e sistematizado; mesmo com todas dificuldades de comunicação e relação, é possível que haja formas de expressão desse seu mundo. Pode apresentar também, alto nível de inteligência, geralmente com habilidades para uma área específica.
O tratamento é baseado na atenção multiprofissional frequente e repleto de exames clínicos para diagnóstico, por toda vida, o que deixa o seu custo inviável para muitas pessoas. Há possibilidades de traçar um plano terapêutico, o que possibilitaria uma redução do comprometimento no processo de desenvolvimento, porém isso só é possível através de um diagnóstico precoce.

                                     


O indivíduo com autismo vem enfrentando vários desafios no decorrer de sua história e um deles é o da ‘inclusão social’, pois para um autista estar inserido no ambiente social, educacional, profissional é necessário que esse meio e as pessoas que nele estão inseridas, tenham um mínimo de preparo ético e organizacional para receber e conviver com o indivíduo que apresenta esse transtorno. Essa inclusão diz respeito ao ambiente de convivência de todas as pessoas, no dia-a-dia e não instituições voltadas para o cuidado do autista; porém a maior dificuldade encontrada nesse processo é a falta de organização do espaço físico e da ética, principalmente profissional, para um treinamento, auxílio, ensino, educação de qualidade, que também é direito do indivíduo autista, para que ele possa exercer, de acordo com sua capacidade, um papel social.
O tema “a ética do cuidar do autista” foi escolhido pelos integrantes do grupo, porque é de grande importância que os trabalhadores da área da saúde, tenham entendimento sobre o assunto e também da forma de tratamento apropriado para os indivíduos portadores desse transtorno. A Psicologia, juntamente com uma equipe multidisciplinar, desempenha várias contribuições nesse processo de tratamento do autista, podendo auxiliar nos processos de mudanças comportamentais, emocionais, cognitivas, no desempenho de papéis, na formação de novas habilidades, no desenvolvimento de relacionamentos sociais, a partir de técnicas específicas e adequadas.

Logo abaixo, apresentaremos o vídeo com a entrevista que o integrante do grupo Fernando Moura, realizou com a diretora do Centro de Convivência Autismo e Otimismo, Carina Regatieri Pongeluppe.






Referências:
MORAES, César de. Autismo Infantil: aspectos clínicos e epidemiológicos. Debates em Psiquiatria, ano 1, n.2, p.6 – 9, mar./abr. 2011.


SOUZA, José Carlos et al. Atuação do psicólogo frente aos transtornos globais do desenvolvimento infantil. Psicol. cienc. prof. [online]. 2004. vol. 24. n2. pp. 24-31.


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