Andreza Honorato Costa; Fernando Henrique Moura de Oliveira; Lívia Mantelli Pires; Lorena Luzia da Silva; Marklene Amorim dos Santo; Patrícia Mendonça Vieira Borges.
A etiologia do
autismo pode ser associada a vários fatores, como: lesões neurológicas, rubéola
congênita, fenilcetonúria, esclerose tuberosa, febre muito elevada, evidências
de complicações perinatais e síndrome de Rett – Deterioração neuromotora, com
ênfase em crianças do sexo feminino. Alguns dos indivíduos autistas têm
convulsões em algum momento da vida.
O diagnóstico do autismo infantil,
baseado no DSM-IV (1995) é caracterizado por um comprometimento acentuado no
uso de múltiplos comportamentos não-verbais, tais como: contato visual direto,
expressão facial, posturas corporais e gestos para regular a interação social e
acentuado fracasso em desenvolver habilidades, com os pares, apropriadas ao seu
nível de desenvolvimento. Existe uma falta de tentativa espontânea de
compartilhar prazer, interesses ou realizações com outras pessoas, e não há
reciprocidade social ou emocional. O comprometimento qualitativo na comunicação
é acentuado pelo atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem
falada. Nos casos em que a fala é adequada, existe um acentuado comprometimento
da capacidade de iniciar ou manter uma conversação. É comum o uso estereotipado
e repetitivo da linguagem ou linguagem idiossincrásica (SOUZA e col., 2004).
O mundo do indivíduo com autismo é
classificado, organizado e sistematizado; mesmo com todas dificuldades de
comunicação e relação, é possível que haja formas de expressão desse seu mundo.
Pode apresentar também, alto nível de inteligência, geralmente com habilidades
para uma área específica.
O tratamento é baseado na atenção
multiprofissional frequente e repleto de exames clínicos para diagnóstico, por
toda vida, o que deixa o seu custo inviável para muitas pessoas. Há
possibilidades de traçar um plano terapêutico, o que possibilitaria uma redução
do comprometimento no processo de desenvolvimento, porém isso só é possível
através de um diagnóstico precoce.

O indivíduo com autismo vem enfrentando vários
desafios no decorrer de sua história e um deles é o da ‘inclusão social’, pois
para um autista estar inserido no ambiente social, educacional, profissional é
necessário que esse meio e as pessoas que nele estão inseridas, tenham um
mínimo de preparo ético e organizacional para receber e conviver com o
indivíduo que apresenta esse transtorno. Essa inclusão diz respeito ao ambiente
de convivência de todas as pessoas, no dia-a-dia e não instituições voltadas
para o cuidado do autista; porém a maior dificuldade encontrada nesse processo
é a falta de organização do espaço físico e da ética, principalmente
profissional, para um treinamento, auxílio, ensino, educação de qualidade, que
também é direito do indivíduo autista, para que ele possa exercer, de acordo
com sua capacidade, um papel social.
O tema “a ética do cuidar do
autista” foi escolhido pelos integrantes do grupo, porque é de grande
importância que os trabalhadores da área da saúde, tenham entendimento sobre o assunto e também da forma de tratamento apropriado para os indivíduos
portadores desse transtorno. A Psicologia, juntamente com uma equipe
multidisciplinar, desempenha várias contribuições nesse processo de tratamento
do autista, podendo auxiliar nos processos de mudanças comportamentais,
emocionais, cognitivas, no desempenho de papéis, na formação de novas
habilidades, no desenvolvimento de relacionamentos sociais, a partir de
técnicas específicas e adequadas.
Logo abaixo, apresentaremos o vídeo
com a entrevista que o integrante do grupo Fernando Moura, realizou com a diretora do Centro de Convivência Autismo e Otimismo, Carina Regatieri
Pongeluppe.
Referências:
MORAES, César de. Autismo Infantil: aspectos clínicos e epidemiológicos. Debates em Psiquiatria, ano 1, n.2, p.6 – 9, mar./abr. 2011.
SOUZA, José Carlos et al. Atuação do psicólogo frente aos transtornos globais do desenvolvimento infantil. Psicol. cienc. prof. [online]. 2004. vol. 24. n2. pp. 24-31.
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