terça-feira, 26 de maio de 2015

A Ética dos Cuidados Paliativos com pacientes com câncer em fase terminal


A palavra ética origina-se do grego- ethos cujo significado é “modo de ser” ou “caráter”. É um ramo da filosofia e está relacionada aos estudos de valores morais que orientam o comportamento do indivíduo na sociedade e são explicadas de forma racional, estruturada, científica e teórica.
Em toda profissão existe um Código de Ética e na Psicologia não seria diferente. O Conselho Federal de Psicologia é o responsável por orientar, fiscalizar e disciplinar as atividades realizadas pelo Psicólogo, respeitando este Código.
O projeto interdisciplinar do 5º período, do Curso de Psicologia da UNITRI, propõe que pensemos numa ética do cuidado profissional com o paciente e vice-versa.  A partir desta consideração, os executores deste projeto pensaram em investigar a proposição do trabalho em pacientes com câncer e, em especial, os cuidados paliativos no tratamento desta enfermidade.
Há muito tempo o câncer é considerada como um tabu, pelo seu  relacionamento  com a suposição de ser uma doença incurável ou quase sinônimo de morte. Segundo o Conselho Federal de Psicologia, o profissional da área tem o dever de promover a saúde e o bem estar dos indivíduos. O Psicólogo Hospitalar propõe então dar suporte ao paciente, para que ele possa enfrentar as consequências da doença com maior facilidade e boa aceitação. Ele vai auxiliar não somente na área de doenças psicossomáticas, mas em qualquer tipo de doença que o paciente se encontra, juntamente com a equipe composta por médicos, enfermeiros e toda a equipe hospitalar.
 Na fase de diagnóstico da doença, o psicólogo tem o papel de ajudar no ajustamento psicológico do paciente, seus familiares e toda a equipe médica. É de se esperar que um diagnóstico desta natureza venha a afetar o emocional de todos os envolvidos.
Após o diagnóstico de um câncer terminal, de acordo com Girond e Waterkemper (2006) 50% dos pacientes não são beneficiados com as práticas terapêuticas, podendo representar uma morte mais acelerada, pois se preocupam mais com a funcionalidade do corpo e como não existem possibilidades de tratamento, a doença progredirá e o paciente não terá suporte psicológico para lidar com a situação. Mas, o paciente com câncer terminal necessita de cuidados psicológicos para, de certa forma, lidar com a morte, surgindo, assim o cuidado paliativo.
O cuidado paliativo foi criado em 1970, pela Dra. Cecily Saundeers, que fundou o St. Christopheris Hospice. De acordo com a Organização Mundial de Saúde este cuidado tem como objetivo reafirmar a vida de pacientes que são ameaçados por doenças que atrapalham a continuidade da mesma, considerando o processo de morte/ morrer algo natural, não adiando ou apressando a morte, mas oferecendo alívio da dor e de outros sintomas que causem sofrimentos, integrando aspectos psicológicos e espirituais, oferecendo apoio ao paciente para este viver tão ativamente o possível, até a morte. Dando apoio psicológico também aos familiares no enfrentamento da doença e no processo de luto.
Segundo Brombergl (1998) com o cuidado paliativo, no inicio do século, houve quedas nas taxas de mortalidade. Os pacientes terminais e seus familiares passaram a se sentir melhores, pois antes a equipe médica limitava-se ao cuidado do funcionamento do corpo e esquecia-se do cuidado psicológico do paciente.
Com isso, conclui-se que a ética, nesse contexto, é de suma importância, pois enfrentar o processo da morte não é fácil para a maioria dos seres humanos. O trabalho do psicólogo é proporcionar um bem estar para o paciente cancerígeno, fazendo com que este viva ativamente seus últimos momentos. É o exercício da ética que faz bem tanto para o indivíduo como para sua família, ajudando no processo de aceitação e luto. É importante também para a equipe médica responsável, que acompanhará, de perto, a fase terminal do seu paciente.
O Hospital do Câncer de Uberlândia possui um Setor de Cuidados Paliativos e o vídeo a seguir mostra uma entrevista feita com a Sra. Ilma, que é voluntária do setor, desde quando o hospital foi fundado, contando-nos como é o trabalho oferecido aos pacientes.


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
GIROND, Juliana Balbinot Reis; WATERKEMPER, Roberta. Sedação, Eutanásia e o processo de morrer do paciente com câncer em cuidados paliativos: compreendendo conceitos e inter-relações. Florianópolis: Cogitare Enferm. 2006. v. 11, n. 3, p.258-263.
CASTRO, Déborah Azenha; Psicologia e ética em cuidados paliativos. Brasília Dec. 2001, v. 21, n. 4.
BROMBERGL, Maria Helena Pereira Franco; Cuidados paliativos para o paciente com câncer: uma proposta integrativa para equipe, pacientes e famílias. São Paulo: Sumuus. 1998.


Alunas 5° Período de Psicologia
Ana Carolina G de Carvalho, Camilla Mundim Pereira, Débora Mendes Assunção, Izabele Assunção Silva, Jéssica Raiane C. Silva, Taiany Rodrigues dos Santos e Thaís Mendonça Mageste.

1° Semestre de 2015.

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