sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A ÉTICA DO CUIDAR NA DEPENDÊNCIA QUÍMICA

A escolha deste tema se deve ao fato de que em nossa rede social temos contato direto com pessoas que vivenciam o problema do abuso de drogas. De uma forma geral as drogas tem chamado atenção por ser algo que está em crescente e indiscriminada disseminação na sociedade atual, além de estar na maioria das vezes, associada à criminalidade. Outra questão relevante é o fato do uso abusivo das drogas e as dependências químicas prejudicarem não só o usuário como também o contexto familiar e a sociedade.  
        As opções de tratamento existentes incluem clínicas de reabilitação, instituições hospitalares, Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) e serviços comunitários. No entanto, nenhum destes dispositivos apresenta resultados completamente satisfatórios em termos de reabilitação e prevenção. Um aspecto que contribui para isto é o desconhecimento por parte dos profissionais que atuam nessa área, das formas efetivas de enfrentamento e as reais necessidades dos usuários. De acordo com Magalhães e Silva (2010), os usuários apresentam como necessidade prioritária no processo de recuperação a existência de uma relação mais humana com os profissionais, assim como a livre expressão de seus sentimentos e emoções.
Visto que há uma patologização dos discursos e práticas em torno dos usuários, cabe ao profissional da Psicologia afirmar uma ética que desconstrua os pré-julgamentos e despotencialize o movimento de criminalização dos mesmos, de forma a garantir os seus direitos humanos.  O psicólogo precisa trabalhar juntamente com o usuário para que ele assuma as responsabilidades e autorregulação de sua vida, ou seja, a intervenção  desse profissional deve estar voltada para o sujeito e não para sua doença. É necessário ainda que o psicólogo atue envolvendo outras áreas, promovendo uma interdisciplinaridade. Além disso, é preciso que aja um engajamento de toda sociedade, pois é um fenômeno que atravessa a todos.
Segundo pesquisas atuais, uma das novas formas de se trabalhar com pessoas com dependências químicas a chamada redução de danos, que consiste em um conjunto de estratégias que visa a minimizar os danos causados pelo abuso de drogas: danos sociais e danos à saúde. Os danos causados pelo abuso de drogas podem ser minimizados e cada pessoa tem o direito de escolha entre usar ou não, o que é baseado nos princípios dos Direitos Humanos. Na prática da redução de danos, são os próprios usuários que vão dando informações para construção das ações. Eles deixam de ser passivos (doentes) ou marginais para se transformarem em cidadãos com amplos direitos, porém a construção da cidadania dos usuários frente à ilegalidade de suas práticas é um obstáculo para o planejamento e a execução de políticas de saúde que respeitem a autonomia do sujeito. Nas estratégias de redução de danos, utiliza-se de um parâmetro ético que enfrenta os mecanismos de exclusão, possibilitando a construção de um lugar social para muitos sujeitos. Isso por sua vez, favorece a presença de condições de maior respeito e aceitabilidade social.
Diante do que foi exposto e de acordo com o código de ética, conclui-se que compete ao psicólogo basear o seu trabalho no respeito à dignidade e à integridade do ser humano, além de trabalhar visando promover o bem-estar do indivíduo e da comunidade, bem como descobrir métodos e práticas que possibilitem a consecução desse objetivo.


O vídeo a seguir faz uma reflexão sobre o uso de drogas ao longo da história, a partir da perspectiva da alteração de consciência. Este vídeo foi elaborado pelo conselho Federal de Psicologia em parceria com o canal Futura.

                                      
              Trabalho elaborado pelos alunos do 5° período do curso de Psicologia 
 II semestre de 2014.

Érika Campos Costa
Gláucia Martins do Vale
Márcia Cristina Pereira
Maria Célia Martins Guimarães
Priscila Carbonell da Cunha
Priscilla Gonçalves Oliveira

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