segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A Ética na psicologia Hospitalar em casos de pacientes em estado terminal



Um dos principais objetivos do psicólogo hospitalar é a minimização do sofrimento provocado pela hospitalização. No ambiente hospitalar a relação do psicólogo com os demais profissionais da equipe de saúde devem envolver a totalidade das possibilidades dessa interação, e este estar sempre atento para as outras intervenções que possam ocorrer durante o desenvolvimento de suas atividades. Além disso, o psicólogo age como um catalisador dos processos emocionais surgidos dentro da realidade institucional. O paciente tem o direito de saúde e entender o seu tratamento, a conhecer o seu diagnóstico e, a saber, das possibilidades de sua recuperação. A equipe multiprofissional em especial o médico, tem dever para com o paciente de informá-lo sobre sua situação, e cabe ao psicólogo à tarefa de trabalhar os conteúdos emocionais que surgirem do paciente.
A ética e o cuidado ao paciente que tem como presunção a morte conservam uma estreita relação. O cuidado é uma ação da ética mínima e universal, capaz de prolongar a duração de vida do ser cuidado e até mesmo melhorar sua condição para ser cuidado, mesmo no curto período que lhe resta diante da morte. Nesse caso o papel do profissional é informar o paciente o que realmente está acontecendo, não no sentido de anunciar o diagnóstico da doença, mas explicando sobre a intervenção hospitalar e aguardando a compreensão e aceitação da sua condição de paciente terminal. O paciente perde a capacidade de controle, e fica dependente do desconhecido, e isso é angustiante para o mesmo. Para lidar com o paciente terminal, é de fundamental importância o olhar voltado para a pessoa; visando, primeiramente, o bem-estar, nos últimos momentos que lhe restam.
Para tanto, não se deve definir o paciente a um órgão doente e deixá-lo passivo no processo do cuidado. A ética reside no bem e na virtude e por isso temos que voltar nossos olhares para um atendimento holístico e humanizado, e acima de tudo; para o cuidado nem sempre atrelado à recompensa da cura.
Muitas vezes o ambiente hospitalar representa para o paciente, a perda de sua identidade, de sua individualidade e de sua autonomia, favorecendo a existência de sentimentos de solidão e abandono. Intervir como psicólogo hospitalar em casos de pacientes em estado terminal exige habilidades que possibilitem acolher e cuidar do outro com a alma, permitindo assim que o paciente recupere e descubra as múltiplas possibilidades de sua existência, além de permitir que o próprio profissional compreenda também as múltiplas possibilidades de sua existência.
Para o paciente que vive a ameaça da morte, a família tem um valor bastante significativo, sendo essencial criar um trabalho de interação entre paciente e família, pois essa interação será um das poucas motivações que o paciente terá para enfrentar o sofrimento perante a morte.
Segundo Chiattone (1997, p.116) “O compromisso ético entre o conhecimento da psicologia hospitalar e a verdade, pois não se trata de discutir ciência e pseudociência, ciência e visão de mundo. Trata-se da tentativa de desvendar a realidade da atuação do psicólogo no contexto hospitalar, sem a prorrogativa de se alcançar a verdade absoluta, mas sem prescindir, a seu lado, da ideia em si, regulativa, do ideal que orienta a prática e, principalmente, do sentido a essa pratica”.
O grande impasse ético exige  muito mais do que conhecimentos sobre a doença ou mesmo atributos de um paciente em fase terminal.  A ética nessa situação envolve a consciência que só pode ser ampliada quando existirem sentimos a essência, a individualidade do paciente. Pois na ética do cuidar não existem regras, apenas orientações que nem sempre podem ser generalizadas.



Referências:

SOUZA, B.S.; SOUZA, L.E.E.M.; SOUZA, A.M.A. A ética no cuidado durante o processo de morrer: relato de experiência. Revista Brasileira de Enfermagem, 2005. disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v58n6/a20v58n6.pdf 



CHIATTONE, H.B.C; SEBASTIANI, R.W. A ética em Psicologia Hospitalar. In: ANGERAMI, V.A. (Org.). A ética na Saúde. São Paulo: Thomson Learning, 1997. P.111-138.


Alunos do 5° período de psicologia - Noturno - Unitri

Franciele Jesuíno de Oliveira
Laís Regina Rozetti de Sousa
Lucineide Bispo Marques
Marcos João Resende
Meiriene Rodriques dos Santos
Simone Aparecida Soares Leite






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