Um dos principais objetivos
do psicólogo hospitalar é a minimização do sofrimento provocado pela
hospitalização. No ambiente hospitalar a relação do psicólogo com os demais
profissionais da equipe de saúde devem envolver a totalidade das possibilidades
dessa interação, e este estar sempre atento para as outras intervenções que
possam ocorrer durante o desenvolvimento de suas atividades. Além disso, o
psicólogo age como um catalisador dos processos emocionais surgidos dentro da realidade
institucional. O paciente tem o direito de saúde e entender o seu tratamento, a
conhecer o seu diagnóstico e, a saber, das possibilidades de sua recuperação. A
equipe multiprofissional em especial o médico, tem dever para com o paciente de
informá-lo sobre sua situação, e cabe ao psicólogo à tarefa de trabalhar os conteúdos
emocionais que surgirem do paciente.
A ética e o cuidado ao
paciente que tem como presunção a morte conservam uma estreita relação. O cuidado é uma ação da ética mínima e
universal, capaz de prolongar a duração de vida do ser cuidado e até mesmo
melhorar sua condição para ser cuidado, mesmo no curto período que lhe resta
diante da morte. Nesse caso o papel do profissional é informar o paciente o que
realmente está acontecendo, não no sentido de anunciar o diagnóstico da doença,
mas explicando sobre a intervenção hospitalar e aguardando a compreensão e
aceitação da sua condição de paciente terminal. O paciente perde a capacidade
de controle, e fica dependente do desconhecido, e isso é angustiante para o
mesmo. Para lidar com o paciente terminal, é de fundamental importância o olhar
voltado para a pessoa; visando, primeiramente, o bem-estar, nos últimos
momentos que lhe restam.
Para tanto, não se deve definir
o paciente a um órgão doente e deixá-lo passivo no processo do cuidado. A ética
reside no bem e na virtude e por isso temos que voltar nossos olhares para um
atendimento holístico e humanizado, e acima de tudo; para o cuidado nem sempre
atrelado à recompensa da cura.
Muitas vezes o ambiente
hospitalar representa para o paciente, a perda de sua identidade, de sua
individualidade e de sua autonomia, favorecendo a existência de sentimentos de
solidão e abandono. Intervir como psicólogo hospitalar em casos de pacientes em
estado terminal exige habilidades que possibilitem acolher e cuidar do outro
com a alma, permitindo assim que o paciente recupere e descubra as múltiplas
possibilidades de sua existência, além de permitir que o próprio profissional
compreenda também as múltiplas possibilidades de sua existência.
Para o paciente que vive a ameaça
da morte, a família tem um valor bastante significativo, sendo essencial criar um trabalho de interação entre
paciente e família, pois essa interação será um das poucas motivações que o
paciente terá para enfrentar o sofrimento perante a morte.
Segundo
Chiattone (1997, p.116) “O compromisso ético entre o conhecimento da psicologia
hospitalar e a verdade, pois não se trata de discutir ciência e pseudociência,
ciência e visão de mundo. Trata-se da tentativa de desvendar a realidade da
atuação do psicólogo no contexto hospitalar, sem a prorrogativa de se alcançar
a verdade absoluta, mas sem prescindir, a seu lado, da ideia em si, regulativa,
do ideal que orienta a prática e, principalmente, do sentido a essa pratica”.
O grande impasse ético
exige muito mais do que conhecimentos
sobre a doença ou mesmo atributos de um paciente em fase terminal. A ética nessa situação envolve a consciência que
só pode ser ampliada quando existirem sentimos a essência, a individualidade do
paciente. Pois na ética do cuidar não existem regras, apenas orientações que
nem sempre podem ser generalizadas.
Referências:
SOUZA, B.S.; SOUZA, L.E.E.M.;
SOUZA, A.M.A. A ética no cuidado durante
o processo de morrer: relato de experiência. Revista Brasileira de
Enfermagem, 2005. disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v58n6/a20v58n6.pdf
Alunos do 5° período de psicologia - Noturno - Unitri
CHIATTONE, H.B.C; SEBASTIANI, R.W. A ética em Psicologia Hospitalar. In: ANGERAMI, V.A. (Org.). A ética na Saúde. São Paulo: Thomson
Learning, 1997. P.111-138.
Alunos do 5° período de psicologia - Noturno - Unitri
Franciele
Jesuíno de Oliveira
Laís
Regina Rozetti de Sousa
Lucineide
Bispo Marques
Marcos João Resende
Meiriene Rodriques dos Santos
Simone Aparecida Soares Leite
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