quarta-feira, 15 de maio de 2013

O Olhar Ético na Supervisão de Estágio na Perspectiva de um Grupo de Estudantes de Psicologia


    A expectativa da primeira experiência de estágio traz ao estudante grandes angústias, ansiedades, inseguranças e medos em relação ao seu modo de agir, de conduzir e de preparo para o estágio.
     Enquanto estudantes de Psicologia do 5° período esses sentimentos são mais intensos, pois o fazer do Psicólogo o torna responsável pelo cuidar do outro, o que requer uma maior atenção, zelo, raciocínio clínico, preparo, habilidades terapêuticas e postura ética. Para isso, durante a graduação temos um grande instrumento que nos leva a colocar em pratica o ensino teórico, a descobrir e aprimorar habilidades que durante a graduação se mostram de forma sútil. Esse importante instrumento chama-se Estágio Básico Supervisionado.

“[...] o desenvolvimento de tais habilidades deve ser visto como um processo que deve ser iniciado logo no início da formação, pois o aluno traz habilidades em seu repertório pessoal que precisam ser aprimoradas juntamente com a aquisição de conhecimento teóricos”.  (BARRETO; BARLLETA apud MOURA, 1999, p. 32)

      A supervisão é o que nos motiva e nos dá segurança, pois seremos olhados e conduzidos por aquele que domina os aspectos técnicos, teóricos e práticos, que serão incorporados a nós através da aprendizagem durante o processo de supervisão.
      Neste período, nossa supervisora nos propôs antes que fossemos para o primeiro momento do estágio, um aquecimento, um primeiro treino, de forma a preparar-nos em aspectos teóricos, metodológicos, práticos e de conduta ética. Foi a experiência de coordenar um grupo, que era formado pelos nossos colegas de classe, aplicando-lhes uma dinâmica. Foi difícil, não por parte de estudo teórico e domínio da técnica, mas na expectativa de como se caminharia e como seria recebida a dinâmica pelo grupo, mesmo sendo nossos colegas de graduação.
Isso nos levou a curiosidade e nos instigou a olhar e preocupar com o modo que iremos proceder como estagiários. Concordamos com Beckert (2002), quando diz que a supervisão tem como compromisso a formação de profissionais capazes, potencializando nossas habilidades e auxiliando-nos em nossas dificuldades. Na busca de compreender o sujeito e aquilo que é seu sofrimento psíquico, em suas diversas dimensões e amplitudes, respeitando todo o seu ser em suas diferenças e peculiaridades.
     A conduta ética do aluno-estagiário deve se desenvolver antes mesmo do início dos processos dos estágios práticos. Mesmo não tendo o conhecimento completo do que seria esses referentes éticos, o aluno não só de Psicologia, mas de qualquer outro curso de graduação, deve preocupar-se e procurar estar à parte da ética profissional que fundamenta seu curso, para compreender e apoiar-se em tais condições. (GLOCK; GOLDIM, 2003, p.02)
      A Ética acaba tornando-se inerente ao fazer profissional. O supervisor é o responsável por ajustar a conduta ética ao aluno-estagiário, sugerindo aspectos práticos e éticos de conduta clínica o que o leva a descobertas, encorajando-o à ação e avaliando-o no sentido formativo, facilitando o olhar daquele para os pontos positivos e negativos da sua atuação.
     Mesmo com a orientação do supervisor, a ética deve ser também subjetiva a cada aluno-estagiário, desenvolvida, incorporada e aprimorada, para que ao longo do processo do estágio, o aluno saiba lidar com as situações de forma, no mínimo, eticamente correta. Onde exista o comprometimento do aluno, no caso, o aspirante a psicólogo, com suas responsabilidades e deveres, para que consiga lidar com o outro da forma mais integrada, cuidadosa e consciente possível.

Autoras: Cristiane Van Ass, Enolyn Bianca R. Oliveira, Pâmella Arantes, Dalila Mendonça, Aline Sanches, Danielle Cristina

Referências bibliográficas dos Artigos:
  • BARRETO, M. C.; BARLETTA, J. B. A supervisão de estágio em Psicologia clínica sob as óticas do supervisor e supervisionado. Cadernos de Graduação - Ciências Biológicas e da Saúde, v.12, n.12, p. 155-171, 2010.
  • FALEIROS, E. A. Aprendendo a ser Psicoterapeuta. Psicologia, Ciência e Profissão, p. 14-27, 2004.
  • GLOCK, R. S.; GOLDIM, J. R. Ética profissional é compromisso social. Mundo jovem, p. 2-5, 2003.

Para concluir, queremos compartilhar com vocês alguns de nossos depoimentos durante nossas primeiras práticas do estágio e um relato de nossa supervisora:





Um comentário:

  1. Ola,
    Como eu posso conseguir o contato da aluna Cristiane Van Ass?
    Meu e-mail: alexweilerm@gmail.com

    Obrigado.

    ResponderExcluir