terça-feira, 13 de outubro de 2015

Psicologia do Esporte e a ética do cuidar

Aline Souza
Cássia Anisia
Iago Matheus
Laura Silva
Lorena Layne

A Psicologia do esporte passou por muitos desafios até se estabelecer como tal, Samulski (1992), afirma que no final do século XIX já era possível encontrar estudos e pesquisas relativas a questões psicofisiológicas no esporte. A psicologia do esporte é uma área das ciências do esporte, assim como a medicina esportiva ou a pedagogia esportiva, cujo objetivo é elaborar, empiricamente, os conhecimentos psicológicos necessários à prática esportiva (Thomas, 1983). Para a Associação Americana de Psicologia (1999) psicólogos do esporte preocupam-se, entre outras coisas, em compreender como a participação em atividades físicas e esportivas pode alterar e contribuir para o desenvolvimento psicológico, o bem-estar e a saúde de atletas e não atletas, e em orientar atletas a fazerem uso dos conhecimentos da psicologia para alcançar um nível ótimo de saúde mental aperfeiçoando sua “performance”.

Ao se tratar de esporte, nota-se um grande número de pessoas envolvidas no tratamento de atletas desde médicos, fisioterapeutas, psicólogos e outros que trabalham visando a melhora física e mental do mesmo, em busca de uma melhor performance e rendimento.
           A área de atuação do psicólogo não se priva somente ao esporte de alto rendimento, mas também a projetos sociais, iniciação esportiva, práticas de tempo livre, esporte escolar e reabilitação, onde o mesmo auxiliará para o desenvolvimento do atleta, ou seja, onde quer que se faça necessária a presença de um psicólogo.


A ética do Esporte e a ética do Psicólogo são coisas diferentes, por isso o profissional deve buscar a maior aproximação possível entre as duas. No esporte os atletas passam por várias transformações, dentre elas, as transformações que envolvem o seu corpo, pois o corpo do atleta muitas vezes é seu instrumento de trabalho. No esporte ele é manipulado pelo atleta e seus técnicos para atingir ao máximo seus objetivos e o seu rendimento, o corpo é um cartão de visitas, uma propaganda para o público. Nesse contexto pode-se dizer que o Psicólogo se depara não só com padrões éticos como também morais.
A ética do cuidar vai além que simplesmente dizer algo para que o atleta faça cuidar implica em acompanhar, aconselhar, observar, diagnosticar e se necessário intervir sobre o comportamento do atleta mediante aquilo que se mostra como necessidade do esportista.
Entendemos que o trabalho do psicólogo no esporte acontece em contexto multidisciplinar, em confluência com os treinamentos técnico, tático e físico, tornando-se um diferencial para atletas e comissão técnica, e também apontando para um leque de espaços de trabalho e de atuação para além do esporte de alto rendimento, como a reabilitação, as práticas de tempo livre, o esporte escolar e os projetos sociais, como apontados por Rubio (2007).
Neste sentido, apontamos que o fator psicológico não é o único a ser “corrigido” em uma equipe esportiva, mas ao considerarmos que não há uma dicotomização entre corpo-mente e, principalmente, que o esporte brasileiro não está desapartado de suas configurações históricas, sociais, econômicas e políticas, acreditamos que o psicólogo aparece como mais um elemento potencializador, como um profissional de saúde mental também nesta área, e que seu trabalho acontece a médio e longo prazo.

REFERÊNCIAS
RUBIO, Katia. Ética e compromisso social na Psicologia do Esporte. Psicologia Ciência & Profissão, v. 27, n. 2, p. 304-315, Universidade de São Paulo, 2007.
RUBIO, Katia. Da Psicologia do Esporte que temos à Psicologia do Esporte que queremos. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte, 2007.
WEINBERG, R. & GOULD, D. Fundamentos da Psicologia do Esporte e Exercício. Artmed; 2001.
WINTERSTEIN, P. J. Ética no esporte e na psicologia do esporte: reencontrando caminhos. Revista Digital – Buenos Aires, v.10, n.76, Faculdade de Educação Física - UNICAMP, 2004.
WEINBERG, R.; GOULD, D. Fundamentos da psicologia do esporte e do exercício. São Paulo: Artmed. 2001
APA- AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION. How can a psychologist become a sport psychologist?  http://www.psyc.unt.edu/apadiv47,1999.
THOMAS, A. Esporte: introdução à psicologia. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1983.





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